Imponente e forte
Ela me espera
Há bilhões de anos
Ela grita seu desgaste
De calor e intempéries
Ela me espera
Feroz e iluminada
Ela me protege
De magma solidificado
Quartzo batido
Interior metamorficado
Ela me protege
Suor e mistério
Ela me chama
Uma força que clama
Gritos do Cambriano
Que ecoam no andar do tempo
Sim, ela me chama
Medo e admiração
Eu me vou
Desvendando esse alento
Por entre minérios
Que se fazem em pressão
Sim eu me vou
E machuco-a de ferros
Retalho teu corpo num deslize
Numa queda e caio
Num lance eu sigo
Num seixo eu abrigo
E me machuco em ferros
Nela me rasgo em feridas
Na via de graus atingíveis
É ela, a Montanha, que me encalça
E me desperta quando me trilha
Eu a chamo de casa
Ela me chama filha!
Por Rebeca Mascarenhas F. Barreto
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